sexta-feira, 14 de abril de 2017

à leitora que se procura no meu desatino






procuro, em vão, um poema que fale deste meu sentir por ele.
procuro nas palavras dos outros, corpo para este querer. e não encontro.
nada leio sobre a pele que tem memórias nunca antes tocadas, nem de esperas calmas, que queimam por dentro. e queria eu escrever isto de forma simples mas fico-me pela incompreensão de mim, num tempo sem registos e numa distância que se ri das unidades de medida.
quem me possa ler, não me entende.
eu, que me escrevo, não encontro o caminho, no caminho não o encontro, não entendo a espera e nem assim desespero.
a verdade, leitora que se procura no meu desatino, é que o que procuro nele, está dentro de mim e não encontro. fico, por isso, presa na espera dele, como se por mim, eu mesma esperasse.