quarta-feira, 25 de maio de 2016

eu a outra













eu, sou a outra, de mim. 
porque não encontro espaço dentro de mim para ser também eu, saí, para que possa, também eu ser, uma, além de mim, outra. 
é que, sabes, o peito às vezes é tão pequeno e dois olhos não chegam e a pele carrega tanto desejo e a alma transcende o espaço e o tempo e eu quero tanto, mas tanto, que me desdobro, e sou mais uma outra, de mim, que estou aí estando cá, que te sinto tão dentro estando tu, aí, que trago a tua boca na minha mesmo que a tua esteja distante, e tu tão presente nessa lonjura que se ri, de nós.
é que não caibo dentro de mim com a ideia de ti.