segunda-feira, 23 de maio de 2016

tu














adivinhas-me.
chegas a mim, manso, com palavras. 
e como um pescador que conserta as redes, desfeitas da pescaria, tu consertas-me, lentamente. 
e eu sei e eu deixo, sem resistência. 
primeiro, falas do dia e do tempo.
depois, despertas-me as curiosidades.
de seguida tocas-me a alma.
e lentamente, tenho-te na pele.
eu, eu nunca ofereço resistência, e deixo-me conduzir nessa dança lenta, que nem tu, nem eu sabemos dançar, a não ser assim, nesta entrega, neste despir, nesta pele que ri, entregue, uma na outra.