quarta-feira, 19 de abril de 2017

memórias de pele







o dia amanheceu ventoso e morno. as gaivotas planam tão rente a mim, parada, a assistir ao nascer do dia, que quase me tocam. prendo o cabelo no cimo da cabeça para sentir o corpo invisível do ar a passear pelo meu pescoço, pelos ombros. 
fecho os olhos, inspiro e penso nele. ele não está. nunca estará, mas trago-o tatuado do lado de dentro da pele.