terça-feira, 23 de janeiro de 2018

era uma vez







a verdade é que perdi as palavras com que conseguia arrancar-lhe sorrisos. e fazê-lo rir, fazia de mim alegre. e esse foi o primeiro desencontro. eu ser alegre devia morar em mim e não nele. começou tudo ao contrario. e as coincidências onde nos encontrávamos, descoincidiram. e foi com as descoincidencias que as palavras começaram a faltar. e quando faltam as palavras, há os olhares, mas os olhares desviaram-se sem nada que ler. depois, ficaram aqui os meus pés cruzados, um em cima do outro, as mãos dadas, também uma na outra, por detrás do pescoço, do meu, e o corpo cansado.