segunda-feira, 6 de junho de 2016

Clarice Lispector

dentro
















é por dentro que tudo se passa. este burburinho interior. fecho os olhos e balanço o corpo ao som da música que me envias com palavras que não percebo. regresso a outra vida em que tu e eu, em que éramos possíveis. não vens. talvez nunca venhas. no entanto, estás aqui, nesta parte que hoje se solta de mim, nesta ideia de que tudo é possível, de que, se eu o quiser, transcendo o espaço. 
e ter-te-ei.
















domingo, 5 de junho de 2016

mil
















































domingo















{o meu domingo és tu.
o silêncio
a pele
a calma
a palavra sussurrada
a manhã.}















sábado, 4 de junho de 2016

bom dia
















é de manhã que me encosto ao teu corpo, nu, morno. tu recebes-me sempre, sempre, sem pressa, e fazes dilatar o tempo nesta sintonia de estarmos juntos. pele com pele, num despertar doce dos sentidos. as mãos. as nossas mãos encontram-se primeiro num entrelaçar de dedos e percorrem vagarosamente o corpo todo.
bom dia 
















sexta-feira, 3 de junho de 2016

se tu chegasses















se tu chegasses agora terias aqui um corpo de mulher cansada que se renovaria em abrigo para te acolher. 
















quinta-feira, 2 de junho de 2016

frio












fecho os olhos perante esta folha em branco e deixo-me ouvir o silêncio. levanto os olhos e o céu está todo riscado de branco. a vida passa. o tempo gasta. levanto o meu corpo ensonado e vou trabalhar. 
tenho frio, tu não sabes. tenho frio em vez de ti.