então, não o dispo o dia todo. mas disfarço. com um blusão largo por cima, saio para a rua, e toda eu sou ainda ele também.
saio de casa, sigo os percursos dele, tomo café na pastelaria do costume, vou ao supermercado habitual, cedo a passagem, na caixa, a um homem que traz apenas um saco de pão, e agradece, recusando. pergunta-me se quero ajuda com as minhas compras, sorrindo. percebo que sorri porque quando me inclino, ele repara na minha pele, mal coberta pelo pijama dele, que o fecho do casaco, descuidadamente deixa entrever.
subo o fecho, saio, e trago-o comigo, tão perto, tão dentro. é domingo.