Esperei-te em agosto, todo o mês de agosto. E não vieste. Já
te tinha esperado em janeiro, fevereiro, março, abril, maio, junho e julho. Espero-te
em setembro e esperar-te-ei em outubro, novembro e dezembro. Tu não virás. Mesmo
assim, espero-te.
A minha boca cala, mas os meus olhos são o banco de jardim
onde eu aguardo, e as pessoas perguntam – o que esperas? – e eu, olhos presos
no rio, nunca direi que espero ser foz.