segunda-feira, 27 de junho de 2016

o outro











telefona-me. diz que temos de conversar, de nos entendermos, que fez uma cama com lençóis frescos para eu ficar lá a dormir. nunca dormi com ele. desejei-o sim, mas nunca dormi com ele. e não vai ser agora, precedido de conversações, como se fosse uma negociação para um tratado de paz.
dir-lhe-ei, não posso, perdeste o teu tempo, o tempo do arrebatamento. 
ensaio as palavras cá dentro de mim. ele permanecerá equânime, como sempre, ou então perceberá que há tempos e sinais que têm que ser entendidos, que perdemos os dois.